Cinema, Prostituição, Violência e Cultura. Cultura! gritei eu fazendo
logo minha escolha, entre as pautas sugeridas para 9ª edição do
Babélia (jornal experimental para o curso de jornalismo da UNISINOS).
A disciplina era Redação JornalÃstica II e segundo a orientadora o
texto deveria ser produzido em dupla. A informação me deixou,
frustrado. Puts! – pensei, que robada texto em dupla, encrenca na certa. O segundo momento, como em quase tudo na vida, foi o da aceitação.
Corri rapidamente os olhos pela sala pra ver se achava um rosto confiável, responsável, que não me parecesse vacilante. Quando estava já sem esperanças, voltando os olhos para o ponto de partida com certo pesar, olhei ao lado e cruzei com olhar que demonstrava firmeza e responsabilidade, era tudo que eu precisava naquela momento. Fiz sinal com a cabeca, ela consentiu.
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Agora só faltava definir qual seria nosso foco na pauta, quase de
imediato pensei em algo relacionado com o grupo de teatro Ói Nóis Aqui Traveis. A lembrança surgiu, pois havia me inscrito pra fazer um teste na Terreira da Tribo.
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Na verdade não cheguei a fazer a seleção, peguei o texto da personagem e nunca mais apareci, aquelas coisas que a gente faz, mas ninguém sabe porque. Na aula mesmo, entramos no site dos atuadores, pegamos os contatos e começamos discutir a abordagem e a linha do texto.
A coisa aconteceu como um casamento de texto, perfeito, sem discussões e cada um fazendo a sua parte. O resultado deste alinhamento de planetas nos rendeu a contracapa do Babélia. Já marquei outro encontro com a moça dos olhos de anjo para o
semestre que vem na última disciplina de redação do curso.
Aquela máxima de que todo mundo tem uma história triste pra contar
quando o assunto é trabalho em grupo, ainda vale, mas como toda regra, sempre há excessões.
Crônica de Régis Eduardo